O ditador alemão Adolf Hitler é conhecido por sua aversão à arte moderna e sua preferência por um estilo clássico e idealizado. Durante seu governo, a arte tornou-se um elemento central da propaganda nazista e os artistas eram pressionados a criar obras que celebrassem a raça ariana e a glória do regime.

Dentre os artistas que se tornaram favoritos de Hitler, Arno Breker é certamente um dos mais conhecidos. Nascido em 1900 em Elberfeld, Alemanha, Breker estudou escultura em Düsseldorf e Paris antes de tornar-se um dos principais escultores do governo nazista.

Breker conheceu Hitler pessoalmente em 1936 e tornou-se seu escultor favorito. Suas obras eram exaltadas como uma expressão da arte heroica do regime e foram exibidas em diversos locais públicos, incluindo a exposição Arte de Hitler em 1937.

Em suas obras, Breker idealizava a figura humana de acordo com os ideais do nazismo. Suas esculturas retratavam corpos musculosos e perfeitos, homens e mulheres jovens e fortes, idealizando a raça ariana e aperfeiçoando-a por meio da arte.

O trabalho de Breker foi amplamente utilizado na propaganda nazista. Suas esculturas foram exibidas em locais públicos, como praças e edifícios governamentais, e foram reproduzidas em cartazes e panfletos. Elas também foram usadas em filmes e documentários, ajudando a difundir a imagem do nazismo como uma expressão da beleza e da perfeição.

A obra mais famosa de Breker é a escultura O Companheiro de Armas, que retrata dois homens nus, um alemão e um italiano, abraçados em uma atitude de amizade. A escultura foi encomendada por Mussolini em 1939 e se tornou um símbolo da aliança entre a Itália e a Alemanha. Hitler ficou tão encantado com a obra que encomendou uma cópia para si mesmo.

A relação de Hitler com a arte é complexa. Por um lado, ele acreditava que a arte era uma forma poderosa de propaganda e usou-a para mostrar a superioridade do regime nazista. Por outro lado, ele também tinha uma visão pessoal da arte, que ia além de suas implicações políticas. Ele era um colecionador apaixonado e apreciava obras de artistas que não eram necessariamente alinhados com o nazismo.

Em 1945, com o fim da Segunda Guerra Mundial e a queda do regime nazista, a obra de Breker foi banida na Alemanha. Muitas de suas esculturas foram destruídas ou desfiguradas, mas algumas sobreviveram e atualmente estão em museus em todo o mundo.

Embora o trabalho de Breker tenha sido influenciado pelo regime nazista e pelas visões de Hitler sobre a arte, ele também é reconhecido como um escultor importante em seu próprio direito. Suas obras mostram um alto nível de habilidade técnica e uma visão idealizada e estilizada do corpo humano.

Em conclusão, a escultura de Arno Breker se tornou um elemento fundamental do regime nazista e um símbolo da visão de Hitler sobre a arte. Embora seja impossível separar seu trabalho da ideologia do nazismo, também é importante apreciar seu valor artístico e técnico. A relação entre a arte e a política é complexa, e a obra de Breker é um exemplo disso.