O cinema continua sendo uma arte que nos emociona e nos faz viajar por histórias incríveis, verdadeiras ou fictícias, que nos levam a mundos fantásticos ou nos fazem refletir sobre a realidade em que vivemos. E é por meio do cinema que muitos profissionais conseguem mostrar sua arte e seu talento para o mundo. Nesse sentido, a curta-metragem é uma das formas de expressão cinematográfica mais presentes nos festivais de cinema e, apesar de sua duração ser menor do que um longa-metragem, é capaz de transmitir uma mensagem forte e comovente ao público.
Ennemis Intérieurs é um exemplo dessa força que a curta-metragem tem. O filme, dirigido pelo francês Sélim Azzazi, conquistou a crítica em muitos festivais de cinema, conquistando, inclusive, o Grande Prêmio do Festival du Court-Métrage de Clermont-Ferrand, um dos mais importantes eventos de curta-metragem do mundo.
A história de Ennemis Intérieurs se passa na França, nos anos 90, e tem como pano de fundo a questão do racismo e da xenofobia. Um argelino busca a naturalização francesa e é entrevistado por um policial, que passa a questioná-lo sobre suas convicções políticas e religiosas. A tensão cresce ao longo do diálogo e muitos segredos são revelados. O roteiro é forte e inteligente e a direção é impecável.
Além do talento do diretor, Ennemis Intérieurs conta com a atuação impressionante dos atores Hassam Ghancy e Najib Oudghiri, que interpretam, respectivamente, o argelino e o policial. A química entre eles é forte e a intensidade das emoções é palpável do começo ao fim.
Com tantos prêmios e uma história poderosa, não é à toa que Ennemis Intérieurs é considerado o favorito ao Oscar 2017 para o Melhor Curta-Metragem. E merecidamente. O filme é um exemplo de como a sétima arte é capaz de contar histórias fortes e relevantes, capazes de emocionar e transformar o público.
Ennemis Intérieurs é um filme que deve ser visto por todos aqueles que se preocupam com a questão do racismo, da xenofobia e da intolerância. É um filme que nos faz olhar para as nossas próprias convicções e nos coloca na fronteira entre o bem e o mal. É um filme que mostra que a arte pode ser um instrumento poderoso de transformação e, mais do que isso, um reflexo de quem somos como sociedade.
Por tudo isso, Ennemis Intérieurs merece ser visto e apreciado como uma das grandes obras do cinema atual. É uma história forte, emocionante e necessária, que nos faz refletir sobre a nossa própria condição como seres humanos e como parte de uma sociedade que ainda tem muito a evoluir em termos de tolerância e respeito às diferenças.
